Crendices

Mario Umetsu: 

15/10/19
Os padres que vivem de pregar aos ventos contra os perigos e os fenômenos impressionantíssimos dos pactos são frutos e mantenedores dos ambientes mais fanáticos e doentes. 
Qualquer pessoa com um mínimo de reflexão perceberá que estão sempre ligados ao que há de piores momentos na Canção Nova, RCC, missas-chacoalha-capeta ou regiões absolutamente desprovidas de saúde mental, e seus leitores muito raramente também se limitam a meros curiosos ao invés de hipernervosos, escrupulosos, e mutilados espirituais, que quase nunca melhoram sob suas assistências.

Goya - Loucura e medo (1819)

Mario Umetsu: recreação

Esse negócio de criar recreação religiosa no intuito de sacralizar demais os momentos mais banais de descanso é de frutos nefastos, pois através desse predicado criaram o rock cristão e tantas outras porcarias que quanto mais falam de temas religiosos mais afastam seus ouvintes deles.

A lei da contiguidade em psicologia não poderia evitar a ancoragem necessária: há coisas que são ruins, nasceram para ser ruins, nunca ficarão boas e nunca promoverão o bem; misturá-los com a religião é fazer merda duas vezes e beirar à blasfêmia, pois neurologicamente falando, tantas vezes se ouve o escárnio em rock que quando se põe perante sua modalidade religiosa, há um conflito de âncoras, um colapso implícito de princípios a nível neural e a dessacralização psicológica do tema que é citado. A normalização, a aceitação de trabalhos tão contraditórios é um bom indício de que a profanação psicológica foi concluída com sucesso.

Não se trata de uma fusão de coisas que não se combinam, mas a de um princípio de vida com outra que nasceu para incomodar e escandalizar. Quando uma pessoa estiver sob tentação e for consultar seu repertório de princípios, terá duas batidas de bateria e um passinho de dança.

Fora a blasfêmia, resta um conteúdo cafoníssimo, de fazer corar até os ursos polares. Um grande exemplo de confusão, fingimento, fealdade e forçação de barra é o clipe "Tentação" da Irmã Kelly Patrícia.

Exemplo: