13/10/2019

A REALIDADE DA TELEPATIA

Papa Paulo VI e Frei Boaventura Kloppenburg, 

Mario Umetsu: A REALIDADE DA TELEPATIA ANALISADA 

A REALIDADE DA TELEPATIA
ANALISADA POR UM CÉLEBRE BISPO CATÓLICO:

Em agosto de 1953 realizou-se na Universidade de Utrecht, na Holanda, o Primeiro Colóquio Internacional de Parapsicologia, no qual tomaram parte 62 membros, de 14 países, especialistas de diversas disciplinas filosóficas e científicas: físicos, químicos, médicos, psicólogos, psicanalistas, engenheiros, matemáticos, astrônomos, etc. 

O encontro foi presidido por H. H. H. Price, professor da Universidade de Oxford. Nesta ocasião um eminente fisiólogo, o Dr. Schaefer, professor de fisiologia da Universidade de Heidelberg (Alemanha) e diretor do laboratório fisiológico da mesma, fez a seguinte categórica declaração: "As experiências de Rhine estabeleceram a existência dos fenômenos parapsicológicos da telepatia e da clarividência”. 

E o psicólogo de Cambridge, o Dr. Thouless, não foi menos positivo: "Ajuntando-se ao conjunto dos testemunhos já recolhidos, as recentes experiências de Rhine, de seus colaboradores, de Soal, de Tyrrell e de W. Carington fazem desaparecer toda a dúvida tanto sobre a realidade do fenômeno como sobre a possibilidade de demonstrá-lo por métodos experimentais... As provas a favor da realidade do fenômeno são agora tão decisivas que somente a ignorância dos resultados experimentais pode explicar o ceticismo". E o Sr. R. Amadou, que foi o secretário do encontro e nos forneceu o texto destas declarações, acrescenta: "Da longa história cujos principais episódios acabamos de evocar, da investigação lenta e difícil cujas etapas sucessivas temos recordado, deduz-se efetivamente uma certeza que se impõe aos espíritos mais céticos e mais legitimamente exigentes. É a certeza da existência de um fato. É a certeza da existência de um fenômeno, pretendida durante muito tempo e finalmente reconhecida graças ao desenvolvimento do método parapsicológico".

O Dr. J. B. Rhine e seus colaboradores idealizaram um jogo especial de 25 cartas, com 5 séries de 5 cartas diferentes, tendo cada uma um dos seguintes desenhos: cruz, estrela, quadrado, círculo e linhas onduladas. Excogitadas pelo Dr. Zener, as cartas começaram a ser conhecidas como "baralho de Zener” ou “Cartas ESP”. Estas 25 cartas são bem baralhadas por meio de um aparelho especial de modo que fiquem numa ordem inteiramente fortuita ou aleatória. Pede-se então a um percipiente que tente indicar os símbolos das cartas observando a ordem em que elas estão sobrepostas. Todas as vezes que o percipiente enuncia uma carta determinada cuide-se que ele de modo algum chegue a saber se sua resposta é ou não exata. Nestas condições e suposto que o percipiente não dispõe de nenhum modo de conhecer as cartas, é evidente que ele terá uma probabilidade sobre cinco e 5 sobre 25 de acertar. Se o número de provas for bastante grande, a média geral determinada pelo acaso estará sempre na proporção de 1:5. Poder-se-á acertar uma vez mais e outra vez menos, a média geral, entretanto, segundo o cálculo da probabilidade e as leis da estatística pode ser prevista com bastante exatidão. Este mesmo cálculo poderá determinar com certeza matemática quais os limites do jogo do acaso e da coincidência. Eis alguns exemplos:

1) Já em seu primeiro livro Extra-Sensory Perception de 1934, Rhine dá os resultados de uma experiência repetida 700 vezes, na qual o percipiente acertou numa média geral de 8 sobre 25, portanto 3 mais do que era de esperar. O acaso permitia que, num total de 700 jogos, o percipiente acertasse uma 3.500 vezes, quando, de fato, acertou 5.600 vezes Este enorme superávit não pode ser explicado pelo mero acaso. Rhine continuou depois as experiências deste tipo. De 1934-1940 sua escola efetuou ao todo 2.966.348 ensaios, com resultados sempre significativamente acima da média geral que se poderia esperar. Todas as contra-hipóteses imagináveis foram consideradas e as mais rigorosas medidas de controle e precaução foram tomadas. Excluída assim a hipótese do acaso e as hipóteses de percepções sensoriais, não se encontrou outra solução: era necessário admitir a existência no homem, de vias extrassensoriais de conhecimento.

2) S. G. Soal, considerado por Amadou o “modelo do experimentador científico", também da escola de Rhine, fez outra longa série de experiências, nas quais o percipiente não podia ver as cartas. Desta forma realizou 3.789 ensaios e, diz Amadou, o número de acertos foi tão grande que a possibilidade de obter estes resultados pelo acaso era de 10. A Universidade de Londres lhe deu por estas experiências o título de doutor em ciências.

3) O Prof. B. F. Riess, do Hunter College de Nova York, ensaiou as mesmas experiências à distância por meio de relógios sincronizados. Experimentador e percipiente estavam em casas diferentes. O próprio Dr. Riess serviu de transmissor e deu ao percipiente um minuto para cada carta. Repetiram o jogo 74 vezes: uma vez o percipiente acertou todas as 25 cartas, várias vezes acertou mais de vinte e a média geral total foi 18. Esta foi a média mais alta até hoje verificada.

4) Particularmente notáveis foram também as experiências de Whately Carington, destinadas, sobretudo, a eliminar a hipótese das assim chamadas "fugas sensoriais" (o percipiente se deixaria guiar por indícios provenientes ou dos objetos que devem ser adivinhados, ou dos experimentadores ou dos agentes) A simplicidade das cartas do baralho de Zener permitiram esta suspeita. Por isso Carington tentou transmitir objetos mais complexos e ideou um sistema de transmitir debuxos. Todas as tardes, às 7 horas, durante dez dias consecutivos, um debuxo, de tinta preta sobre papel branco, era desenhado e afixado em seu escritório e lá ficava até às 9 da manhã seguinte. O motivo do debuxo era determinado de uma maneira inteiramente fortuita: tirava-se um número qualquer de uma tabuada, abrindo então dicionário na página correspondente ao número e tomando a primeira palavra que razoavelmente poderia servir de motivo para um desenho. Os percipientes recebiam então a ordem de reproduzir o desenho no momento que lhes parecesse mais conveniente dentro do tempo acima indicado. É claro que foram tomadas todas as precauções para que nenhum deles pudesse perceber por vias sensoriais normais o desenho exposto. Os dez originais e os dez debuxos de cada percipiente depois entregues a árbitros especializados. A experiência for repetida 7 vezes com 741 percipientes. E os resultados foram positivos e matematicamente significativos.

Mais outras numerosíssimas experiências de diversos tipos foram feitas por Pratt e Woodruf (com 60.000 provas), por Warner, por Pearce, por Murphy e Taves (com 175.000 provas), por Martin e Stribic, por G. W. Fisk, por Cressac, etc. Ao todo, mais de 5 milhões de provas até hoje.

As mais vivas críticas levantadas contra estes métodos quantitativos vieram geralmente de pessoas leigas em questões de estatística e do cálculo de probabilidades. Desde o início Rhine teve o cuidado de submeter seus resultados a matemáticos qualificados e especialistas eminentes nestas questões.

A legitimidade de seu modo de proceder foi aprovada sem reservas já em 1937 pelo Congresso de Estatística Matemática reunido em Indianópolis. Em 1938 discutiu-se outra vez o assunto no Instituto de Estatística Matemática e o seu presidente, o Dr. Burton H. Champ, formulou então esta conclusão: “As investigações do Dr. Rhine têm dois aspectos: o experimental e o matemático. 

É evidente que os matemáticos nada têm a dizer sobre o aspecto experimental. Mas com relação ao lado estatístico, um trabalho matemático concluiu que, se as experiências foram realizadas convenientemente, a análise estatística é inteiramente válida. Se as investigações de Rhine devem ser lealmente atacadas, poderá ser em outro terreno não no matemático”. E o que se disse neste outro terreno, já o vimos no Primeiro Colóquio Internacional de Parapsicologia.

Não se pode, pois, razoavelmente, duvidar da realidade ou da existência de fenômenos psi-gama. Deve haver no homem um modo paranormal de perceber ou conhecer independente das vias comuns e conhecidas dos sentidos ou do raciocínio consciente. Tratar-se-á de um novo, de um sexto sentido? Estaremos diante duma faculdade criptoestética? Onde está este quê misterioso que desafia os cientistas? Como age, por que age, quando age? Tentemos isolar o fenômeno e, enquanto possível, sua causa, observando seu comportamento geral, o ambiente as circunstâncias e as condições em que costuma atuar.

(Extraído do livro "O Espiritismo no Brasil", de D. Boaventura Kloppenburg")
Mario Umetsu


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