22/10/2018

D. Boaventura Kloppenburg

Mario Umetsu: 

O grande bispo e parapsicólogo fala sobre a teologia da libertação no Brasil. Com a palavra, D. Boaventura Kloppenburg lamenta:

" (...) Terminado o Concílio e o período imediatamente posterior, com mais algumas publicações minhas, em livros e artigos, comecei a sentir-me, desde 1967, superado por uma avassaladora onda teológica crítica, que parecia deixar apenas cacos de teologia em minhas mãos. 

Saí então, ou melhor tinha que ser afastado da minha querida Editora Vozes, que ignorou completamente o pluralismo teológico e se colocou agressivamente do lado crítico e negativo, sobretudo quando começou a designar-se “teologia da libertação”, com declarados amores pela solução socialista de cunho marxista dos problemas sociais que o comunismo internacional vinha impondo, com a crítica marxista do sadio capitalismo, com sua específica análise de produção, capaz de colocar todo o mundo no mesmo plano da pobreza.

Não podia aceitar como viável esse tipo de solução, que, além do mais, como vimos e agora mesmo lamentamos com a condenação de duas obras cristológicas do jesuíta espanhol Jon Sobrino, teólogo em El Salvador, acabava de fato com a teologia séria da redenção e santificação cristã (...)"


Mario Umetsu



Transe e hipnoterapia

Mario Umetsu: O que é o transe?

Foco e concentração; baixa ou alta da frequência de ondas cerebrais.

Uma pessoa compenetrada em um filme está em transe? 
Sim. Uma série de fenômenos hipnóticos são possíveis: comandos embutidos, alucinações, amnésia, analgesia e até a criação de uma dor que não existia.

Há diferença entre o transe da TV e o do hipnólogo? Fisiologicamente, nenhuma.
A natureza das possibilidades em cada caso estão definidas no estilo de indução e sugestão que foi dada (até mesmo pelo próprio hipnotizado) e de maneira ainda mais especial na sugestibilidade da pessoa, assunto que tende à genética.

Então por que se dizia que hipnose fazia mal à saúde e que só poderia ser admitida sob casos graves?
Essa concepção está presa à ótica do século XIX. A hipnose não era conhecida e amplamente dominada por ninguém. Os espíritas usavam-na em larga escala, e junto deles outros charlatães como Franz Mesmer. Clinicamente estudada por Charcot, foi dada por ele como uma manifestação patológica e histérica, mas ocorre que Charcot hipnotizava APENAS as histéricas de sua clínica de Salpetriere. Em seu tempo, foi rival da escola de Nancy, que apresentava uma visão moderna e realmente embasada da situação.
Os teólogos titubeavam entre as duas escolas e não podiam optar tecnicamente por nenhuma. Os demonófilos já associaram os fenômenos mais corriqueiros à ação demoníaca. Porém, Leão XIII permitiu as pesquisas, e Pio XII pedia "boa formação técnica e moral" para o seu emprego, ambos os papas demonstrando isenção sob um tema ainda controverso. Depois, nunca mais se disse nada a respeito, além de que a posição de Charcot está refutada sob consenso mundial, e os "argumentos" em contrário só são emitidos por quem notavelmente não conhece nada sobre assunto algum.
Mario Umetsu


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Mario Umetsu: transe


Jejuns e penitências levam ao transe e à tomada despótica do psiquismo sobre o organismo. Isto é tão natural quanto a ocorrência de uma vertigem por quem necessita de sal. Não há razão para "paranoiarem" sobre relatos de visões de penitentes e nem tampouco aduzirem sobre o que acham que tal ou tal caso representa simbolicamente sobre a disposição do cristianismo no mundo.
Para uma pessoa não comer e não apresentar respostas orgânicas do organismo em forma de alucinação exigiria-se uma grave patologia ou um verdadeiro milagre; e sabemos que Deus o faz só em casos extra-extraordinários. Doenças humanas até os humanos santos sempre tiveram.
Mario Umetsu


Hipnoterapia

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Mario Umetsu, hipnoterapeuta: "Minha penúltima paciente de hipnoterapia tendia a uma intensa auto-rejeição e pretendia um incentivo ao menos para emagrecer. 
Deixou a segunda sessão dizendo que "não entrou" em transe mas que meu diálogo ajudava a organizar algumas outras idéias. Quinze dias depois, telefonou dizendo que já tinha passado no nutricionista e estava matriculada na academia, ansiosa por malhar todo dia.

Hipnose sem transe é isso. Enquanto ficam discutindo teologicamente a moralidade do transe (que não é e nem pode ser imoral), nem sabem que sugestão é dada por qualquer um e em qualquer lugar, bastando a boa técnica de saber o melhor momento."

Mario Umetsu

17/10/2018

Poder da mente

Mario Umetsu: 




"Ah, cê tá me tirando que isso tudo é o poder da mente"
Prezado trouxa, 
Se você não presenciou o fenômeno, não leu tudo o que se sabe a respeito de sua limitação e duração, se não entende bosta nenhuma do que eu digo e não conhece o que a Igreja diz sobre ele e nem sabe da santa liberdade que Ela dá às investigações, siga lendo seus livros de exorcismo como uma enciclopédia universal. Eu não ligo e nem respondo a gente como você já há um bom tempo.
Mario Umetsu

Mario Umetsu: poder 


"Tudo pra você é poder da mente"
Tudo não. Uma coisa é milagre, outra é ilusão e outra é ação natural ainda não explicada mas que não supera as forças da natureza. Mas não deveria por em dúvida o "poder da mente" uma pessoa assim logo como você, que basta um pensamento torto para paralisar os pulmões e ficar dez dias de cama com as crises de pânico.
Mario Umetsu
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Teologia

      Mario Umetsu:


A teologia não possui arma alguma para combater um hábil ilusionista. Papas e santos foram enganados por toda sorte de malandros e simuladores.
Por isso mesmo, ou o teólogo aprende a arte, ou trabalha em conjunto com quem a domina [e eu poderia dar uma lista de padres que assim fizeram], ou segue especulando sem critérios e desvalorizando sua missão.
Mario Umetsu

The painted vault with the "Apotheosis of Saint Ignatius" by Andrea Pozzo, in the Church of Saint Ignatius of Loyola in Rome, Italy.


Santos e alucinação

Mario Umetsu: canonização


Maria Teresa Noblet e Teresa Newmann viajavam na batatinha mas provavelmente foram santas em alto grau. Visões, falsas profecias, mitomanias e crises histéricas não impedem a canonização de ninguém, mas só dificultam as investigações.

Recordo pela enésima vez que o criador do atual código de canonizações reconhece claramente que qualquer santo pode se alucinar alguma vez.
Mario Umetsu
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Mario Umetsu
15 de setembro

: alucinação nos santos 

Não somente alucinações, mas também ilusões, permeiam toda a história da mística cristã e não se excluem nem mesmo sobre a vida terrestre dos santos.
Tal pressuposto está exposto na obra especialmente confeccionada para as etapas oficiais dos processos de canonizações, a "De Servorum Dei Beatificatione et Beatorum Canonizatione", de autoria de Próspero Lambertini, papa de 1740 a até 1758, em quatorze densos volumes.
Amparado por Lancicio, Bento afirma textualmente que pessoas devotas, quando caem em êxtase, devem equivocar-se com frequência e tomar como revelação divina o que é fruto de sua própria imaginação. Não só as "mais devotas", mas as santas devidamente canonizadas, em número bastante elevado, tanto que a Santa Sé há séculos teve que proibir a publicação e arquivar partes das publicações de muitos santos (cf. De Servorum, 1. 3, c.53, n.17).
Pensamento não introduzido no raciocínio canônico por Bento XIV, mas muito mais antigo que ele, já havia preocupado o papa Gregório XI, que lamentava em seu leito de morte ter dado ouvidos a piedosos místicos que com suas visões o influenciaram a arrastar a Igreja para as margens de um cisma. Os místicos em questão provavelmente não seriam nada menos que Santa Brigida da Suécia, Santa Catarina de Sena e a Frei Pedro de Aragão.
Não existe qualquer consenso entre os santos visionários a respeito da idade da beatíssima Virgem Maria quando assunta à felicidade dos céus. Alguns afirmaram que tenha se dado quinze anos após a Paixão (Santa Brígida), outros são precisos na especulação imaginativa tomada como realidade e cravam vinte e um anos, quatro meses e dezenove dias (Maria de Ágreda), enquanto que outras - reparem, quase sempre mulheres - disputam entre treze anos (Anna Catarina Emmerich) e um ano e meio (Santa Isabel de Schoenau).
Há milhares de casos mais emblemáticos: Santa Francisca Romana teria recebido a revelação divina de que o céu era literalmente feito de cristal, e afirmava com veemência que tal reino cristalino estava situado entre o céu das estrelas e o céu empírico, cujo azul por nós avistado é devido ao céu corpóreo onde estão fixadas as estrelas (cf. Des Grâces d'Oraison, de pe. Augustín Poulain, capítulos 23 e 24).
Santa Catarina de Sena afirma ter sido Nossa Senhora mesma a lhe revelar que não havia sido imaculada em sua concepção, e o papa Bento XIV oficialmente endossa a hipótese de ocorrência da mais simples alucinação, desde que a idéia era de senso comum do ambiente social da mística. O pontífice é taxativo: "Magnis Hallucinationibus" (cf. De Servorum, 1. 3, c.53, n.17).
A beata Josefa Maria de Santa Inês, em um dia de carnaval, relata que Cristo apareceu diante dela, e, dirigindo-se ao sacrário daquela Igreja, dele retirou laranjas que lançava para a santa que se encontrava no côro (cf. Agustinos Amantes de la Sagrada Eucaristia, Pe. Corro del Rosario, p.212).
São Vicente Ferrer esteve convencido da grande proximidade do Juízo Final: "o que se afirmava nos séculos de uma maneira generalizada ou proverbial, eu o digo proprie et stricte loquendo". Não obstante a pertinácia, afirmava-se o próprio anjo anunciado pelo Apocalipse, além de que o Anticristo já houvera nascido havia nove anos. Tudo isto ele conclui com base em suas próprias visões e na de outras revelações particulares (cf. Apariciones, pe. Carlos María Staehlin, p.324 e 325).
Consta, enfim, que toda pessoa sã e equilibrada pode sofrer de ilusões e alucinações, especialmente mulheres e emotivos santos ou não-santos, como acabamos de demonstrar. As investigações de status canônico de situações dessa natureza estão amparadas e conferidas em primeiríssimo lugar às causas naturais.
Quando entre o povo se afirma que os santos não poderiam carregar doenças ou uma mente suscetível ao auto-engano, esquece-se que um sem número deles foram de fato neurastênicos, histéricos ou simplesmente desequilibrados de ocasião, como bem reconhece a mais ortodoxa doutrina católica. É grande o número de ignorantes que acreditam e espalham a idéia de que as alucinações internas e externas são exclusividade de uma pessoa doente, desprovida de juízo e senso moral. Não raro, os que se ocupam de tal desinformação advogam em causa própria e também se apresentam como místicos eleitos pelos céus, detentores de carismas, e abrem perseguição ferrenha à saúde pública e à pastoral psiquiátrica, lançando mão de livros que por questões de prudência jamais deveriam ter fim em suas mãos. Fora o aspecto evidentemente doente dos obstinados, resta patente sua incapacidade perante os princípios mais elementares da psiquiatria e na neurologia, fenômeno de emburrecimento coletivo que facilmente toma proporção entre outros tantos igualmente emocionáveis, fomentando o desenvolvimento do já imenso celeiro de católicos místico-demonistas do Brasil.
- Acompanhem o canal Sugestão Católica pelo Youtube.

16/10/2018

Ideias e rock

Mario Umetsu: 


Não conheço nada, absolutamente nada que atraia mais os brasileiros quarentões do que a ideia de reencarnação e fatos que a ela se alinhem. É quase um delírio, supera em preferência o futebol e o rock e é colocado em todos os momentos do ano para justificar ou injustificar os acontecimentos.
Mario Umetsu

Mario Umetsu: ► Gerações 

► Gerações alimentadas por rock'n roll e Espiritismo e vocês ainda esperavam alguma coisa? Impulsividade e contradição é a lei de nossos irmãos de 40 a 60 anos!


Mario Umetsu: É possível



É possível que a ponta da lança da revolução cultural tenha sido a música, e muito mais pelo conteúdo sonoro (que age diretamente no organismo debilitando a razão, ainda que por alguns instantes) do que pela letra, o elemento mais palpável, do qual a implantação gradual de sugestões a grande maioria dos ouvintes não se deu conta.
Um grande exemplo disso é o rock, com a promoção biliardária de uma verdadeira cultura com traços de religião, além da genialização de figuras extremamente perniciosas e insanas.
Tamanha é a estupidez em assunto que todos deveriam tirar de letra, que uma vez na vida eu consegui fazer um rockeiro entender que música e letra não são um mesma coisa, e que eu discorreria sobre cada um à medida do aprofundamento do raciocínio.
O argumento geral das vítimas é algo como "Rússia socialista tem a ver com rock? Ouça Ramones, extremamente direitistas e conservadores!" ou "quer dizer que você é melhor que Malmsteen?"...
Mario Umetsu

Médiuns, curas e farsas

Mario Umetsu: Arigó e Nero 



Arigó e Nero foram os curandeiros-mito que colaboraram no projeto de transformar o Brasil na terra mais espírita do mundo. Foram presos, julgados, condenados e os truques de ilusionismo com hipnose vieram à luz, mas até hoje são defendidos pela população como santos populares.
Mario Umetsu






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Mario Umetsu - 

17 de dezembro de 2018



Curas de Arigó - mito ou verdade?
O pe. Quevedo, através do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, levantou um questionário destinado a mais de 30 mil pessoas e constatou que o número das que se diziam prejudicadas ou que em nada se beneficiaram é sumamente maior das que se consideravam melhores ou curadas (algo como 60% de descontentes).
Aprofundadas as pesquisas, verificou-se que as doenças curadas eram especialmente as de raiz emocional ou facilmente mascaradas por sugestão hipnótica.
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Mario Umetsu: Médium raiz 


Médium raiz mesmo sempre é b.hado e tem vários transtornos neuropáticos. João de deus, como Arigó e Nero, é muito normalzinho, diferente de Chico Xavier e Divaldo Franco que por vezes até acreditavam mesmo no que estavam dizendo e fazendo.
Mario Umetsu

➖➖Mario Umetsu
                                                                                                                                                                                        jan/2020
Em 1978 saía para a tiragem um livro de Cícero Valério relatando que Arigó - possuído pelo espírito de dr. Fritz - curou um caminhão de loucos, todos de uma só vez.
O caminhão ninguém nunca viu, assim como nenhum familiar dos loucos apareceu para agradecer, mas na época a alta cultura servia para produzir conhecimentos e não para se tornar cego perante trambicagens ululantes.

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11/10/2018

Tratamentos

Mario Umetsu: 

O tratamento de sensíveis e histéricos é bastante caro e dificultado. Ou os católicos aprendem um pouco de hipnose e parapsicologia e vão ao socorro do povo ou poucos anos teremos uma grande e semi-ateia clínica psiquiátrica sem médicos chamada Brasil.

Mario Umetsu

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Mario Umetsu: medicamentos...


O sucesso no uso de medicamentos psiquiátricos corresponde mais à condições particulares de genética do que ao tipo de doença como uma nominalização. É por isso que as pessoas que tomam a receita de outras que supostamente possuem a mesma doença raramente alcançam os mesmos efeitos - Além de que a auto-medicação é perigosíssima sob os psicotrópicos.
Mario Umetsu






A impiedade

Mario Umetsu: 


A impiedade enraizada nas práticas populares brasileiras bem se demonstra no rito de arrancar o menino Jesus dos braços de Santo Antônio, não para merecer as graças, mas para forçá-lo a cumprir com um favor - o de arrumar um namorado - à base de ameaças mágicas. 
Logo, magia e superstição misturam-se no ato de dominar as forças da natureza e até mesmo as divindades. 

Em detrimento de submissão e confiança à Providência de Deus, desenvolvem a crença de uma providência humana e até diabólica, no caso de alguns exorcistas escritores e paranoicos desprovidos de orientação médica.
Mario Umetsu

POLITICA Bolsonaro

Mario Umetsu: Bolsonaro 

7 de outubro de 2018 (durante a campanha pra Presidente/2018)
"Cada um vota no que quer"
E cada um xinga o que quer. Quem não usou o dia de hoje pra ver a onda patriótica fenomenal que foi Bolsonaro e ainda votará nulo... tem que ir mastigar a tonfa humana até virar parafuso.
🏳✨
1º turno em, 11/10/2018 - 

Bolsonaro espancou a mesa: transformou um ridículo e lombrigário partido em segunda maior direção do Brasil, cativou parte do nordeste, que nunca quis saber de nada, rachou o PSDB e quase levou metade do Brasil de uma vez só sem propaganda.
Sinais! Fortes sinais!
Mario Umetsu

10/10/2018

Sugestão Católica



Sim, creio firmemente que Deus pode permitir/preparar para que fiquemos em um ambiente ruim, sustentando falsas idéias para que provoque, em Seu tempo, uma compreensão superior para que a coisa seja sobrenaturalmente implodida e umas duas ou três almas se salvem por isso.

Estranho pra mim é perceber que tal ideia seja estranha para os outros, que querem que a fé e a vida na Terra sejam rosas e se desfazendo de quem está no erro e não pode imediatamente alcançar a conversão.

O que apresento no Sugestão Católica é a proposta de uma sequência de afirmações confirmadas pela prática. 

Com ele não desejo erguer insurreição, fechar movimentos. 

Reconheço clarissimamente que tenho arsenal para desestabilizar uma série de crenças - em mentiras e verdades - mas não quero disputar com Deus o governo do mundo. 

Se eu puder esclarecer e acalentar duas almas que procuram por socorro já estará bom demais.

Mario Umetsu



Falsos milagres



Mais de cinquenta mil religiões no mundo, todas motivadas ou sustentadas por meros fenômenos hipnóticos! Falsos milagres, motivações tresloucadas, revelações sobre o que nunca existiu ou existirá...

Fenômenos fáceis, vulgares, reproduzidos por qualquer imperito que tenha treinado por uma semana...

E os católicos fazem o quê? Nada. Padres, bispos não fazem nada. Qualquer informação que a isso se relacione é como uma gota d'água no deserto.

Tenho assistido a isso. Qualquer um com meia visão percebe qual a serventia de meu apostolado e o caminho pra onde segue o Sugestão Católica.



Mario Umetsu


"José de Ribera  - Saint Peter and Saint Paul (1616) image"

Feitiço

Mario Umetsu:
   (Curso de Hipnoterapia - dias 3 e 4 de novembro/18 info.: WhatsApp (11) 2060-0874
"Boaventura explica a natureza da crença paranoica no feitiço por parte dos padres exorcistas católicos, tema de nosso curso":

"Insisto nesse ponto porque sei que no círculo da teologia católica e protestante existe uma tendência comum, até hoje, de ver uma conexão íntima entre a magia e certas ações diabólicas. Eu vejo tal tendência, por exemplo, em Tanquerey (Synopsis Theologiae Dogmaticae), que cita a seguinte definição de magia: "...a faculdade de produzir com certeza e regularidad efeitos estranhos, com certos conjuntos de sinais e a ajuda do diabo" (Vol. II, p. 507). Essa definição, se quisermos levar a sério, supõe que o mago é definitivamente capaz de produzir efeitos com a ajuda de Satanás.
Este conceito, no entanto, não vem da Bíblia, nem de nossos pais e nem do ensino eclesiástico. Vem dos dias da feitiçaria européia, do século XIV ao XVIII, quando católicos e protestantes queimavam milhares de bruxas e feiticeiros, especialmente na Alemanha e na Inglaterra. A teoria em voga era a de um pacto, implícito ou explícito, entre o feiticeiro e o diabo, que permitia aos feiticeiros produzir seus efeitos estranhos. Naqueles dias, volumes, milhares e milhares de páginas em comprimento, foram escritos por teólogos católicos e protestantes - os homens mais sábios da época - para demonstrar a realidade da feitiçaria satânica, das bruxas voando pela noite em cabos de vassoura, e de banquetes sinistros no sábado.
Li e estudei o trabalho colossal de Martin del Río, S.J., "Disquisitiones magicarum libri sex". É um monumento à sutileza teológica e à credibilidade primitiva. Del Río e seus associados selecionaram da literatura grega, latina e cristã qualquer coisa que se assemelhasse ao extraordinário ou diabólico; e com essa massa de material, acumulada ao acaso, eles se desenvolveram e forjaram, acrescentaram tudo, desde procedimentos legais apropriados contra bruxos e feiticeiros até confissões espontâneas, ou às vezes forçadas, das próprias vítimas.
E assim eles tinham os "fatos". Mas como então poderiam explicá-los? Muito simples: uma vez que os fatos transcendiam as forças familiares da natureza e do homem, precisavam ser explicados pela presença de forças sobrenaturais. abundavam sob circunstâncias que eram suspeitas, irreligiosas e muitas vezes francamente imorais, como poderiam ser outras que não diabólicas? A partir de então, a suposição de um pacto explícito ou implícito com o diabo era muito simples".
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Material do Curso


Mario Umetsu:

   "Traduzindo os artigos de D. Boaventura Kloppenburg para   a International Journal of Parapsychology. 

Os alunos de   nosso curso de hipnotismo levarão vários desses   documentos, além dos clássicos da hipnoterapia e das   polêmicas hipnoidais que envolvem fé cristã, macumbaria e   lavagem cerebral."
(Curso de Hipnoterapia - dias 3 e 4 de novembro/18 info.: WhatsApp (11) 2060-0874

  Segue um trecho:


"Certamente este não é o momento nem o lugar para expandir uma teologia do diabo. Compreendo bem as dificuldades da mente moderna confrontada com a demonologia cristã. Mas é necessário lembrar que nem todas as fantasias que vinte séculos de vida cristã acrescentaram à figura bíblica do diabo pertencem ao depósito de nossa fé, nem mesmo da fé católica, que neste ponto é talvez a mais explícito. As fantasias de artistas, poetas, romancistas, pessoas comuns e até pregadores iam muito além dos ensinos solenes dos concílios ecumênicos ou dos pronunciamentos oficiais papais. Como cristãos, somos obrigados a aceitar a existência do diabo e até mesmo de suas possíveis atividades entre os homens, mas sempre um demônio que permanece totalmente dependente de Deus, que não nos permite sermos tentados além de nossas forças (1 Co 10: 13). A aceitação dessa doutrina cristã não necessariamente traz consigo a aceitação de possíveis ações mágicas realizadas o auxílio do diabo. No entanto, a ação mágica pressupõe a possibilidade de uma intervenção diabólica provocada pelo homem, seja um mago ou um feiticeiro.


No entanto, embora como cristão admito a possível intervenção espontânea do diabo (aqui novamente apenas com expressa permissão divina), e não me vejo obrigado a admitir o fato de intervenções diabólicas provocadas pelo homem. Não conheço nenhuma passagem bíblica ou qualquer ensinamento solene do Magistério da Igreja que me obrigue a admitir a possibilidade de intervenção diabólica provocada pelo homem. Recordo também que a Bíblia proíbe a prática da magia. No universo do Antigo Testamento, a magia era parte integrante da vida diária. A religião dos sumérios, dos babilônios e dos assírios era essencialmente mágica. No antigo Egito o mago trabalhava de mãos dadas com a religião. Fetiches, encantos, fórmulas e rituais mágicos serviram para evitar obstáculos e legar os bens e satisfações do corpo, do coração e do espírito. Mas, repetidamente, magia ou qualquer outra forma de prática oculta ou conjuração é severamente condenada nas Sagradas Escrituras. Os profetas atacaram e ridicularizaram a magia, especialmente entre os egípcios e os babilônios (Is 47: 12-15. Dan. 1:20; 2: 10,12. Sb. [Livro da Sabedoria, O.T. Apocalipse] 17: 7). No entanto, o diabo nunca é mencionado como o motivo alegado para tal atitude rigidamente proibitiva. Permitam-me insistir: a Bíblia não condena a magia porque suspeita de ação diabólica. Os motivos indicados na Bíblia são outros: “. . . porque vocês serão contaminados por eles [os magos]. "Eu, o Senhor, sou o teu Deus" (Levítico 19:31); porque o Senhor detesta tais práticas (Deuteronômio 18:12); porque a magia separa o homem de Deus (Dt 13: 2-6); porque se afasta da Lei e do Pacto (Isaías 2: 6); porque a magia “perturba os caminhos retos do Senhor” (Atos 13:10); porque a magia pertence às "obras da carne" (Gl 5:19). Estes são os motivos indicados nos livros da Bíblia; não o diabo, nem algum pacto com o diabo, nem a invocação de Satanás. Confiança no Senhor é o tema do Antigo Testamento. Magia, no contexto bíblico, é uma ameaça à soberana independência e transcendência de Deus e de seus direitos exclusivos de criação, revelação, milagre e santificação do homem. A magia tende a rebaixar Deus a um nível de criatura e abre a porta ao politeísmo. E na medida em que a magia é uma humilhação da soberania divina, também é uma degradação da dignidade racional do homem, uma deformidade do autêntico sentimento religioso".

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Mario Umetsu

15 de agosto de 2018 
Feitiçaria dos bruxos: artigo de Boaventura Kloppenburg para a Parapsychology Foundation, N.Y.


As dimensões da bruxaria evocativa

página 221
(...)
Não concordo com a teoria espírita, nem com a teoria demoníaca, e ainda assim me considero católico.
E assim foi no passado, no que diz respeito à magia e feitiçaria. A teoria da interpretação universalmente aceitável para teólogos (e para feiticeiros) era o "pacto com o diabo". No entanto, acho que essa teoria se originou nas mentes dos teólogos, que tiveram que explicar todos os atos estranhos realizados por pessoas aparentemente talentosas que produziram efeitos extraordinários sem saber o porquê.
Depois que a teoria se espalhou, os próprios feiticeiros se convenceram e se esforçaram para colocá-la em prática. Além disso, os feiticeiros, na maioria das vezes, eram mulheres (que são mais sugestionáveis ​​ao transe, como é freqüentemente observado hoje em centros espíritas), e em pouco tempo se acreditava firmemente que elas eram más e perversas - fazendo pactos com Satanás, voando em vassouras durante a noite e ajudando em banquetes sinistros com os próprios demônios. Na terminologia moderna, e claro, exagerando um pouco. Eu poderia dizer que o primeiro feiticeiro que relatou minuciosamente a emocionante aventura de seu vôo em uma vassoura foi um sofrimento histérico da mitomania, e que o primeiro teólogo que inventou a teoria de um "pacto do diabo" era um paranoico que sofria de um delírio de interpretação.

Investigações recentes de psicologia dinâmica, parapsicologia, reflexologia e outras disciplinas mostram que a desigualdade entre causa e efeito não existe, ou pelo menos que não é muito aparente. E, no entanto, é precisamente essa desigualdade que foi e continua sendo, em certos manuais teológicos modernos, o básico da "teoria do pacto". E o próprio feiticeiro, ou a pessoa supersticiosa, geralmente não explica essa desigualdade. Para ele, uma coisa pode parecer natural.

Ele sabe empiricamente que uma certa causa produz um certo efeito. Então, quando tal e tal efeito é desejado, ele recorre a tal e tal causa. Por outro lado, a distinção teológica entre "Deus ou o diabo" não é absoluta o suficiente para a mentalidade primitiva do feiticeiro. Na sua perspectiva, existem muitos outros "espíritos" ou "forças" que não são Deus nem o diabo, mas que podem ser bons e de serviço para ele.
Também aqui não é necessário postular um pacto explícito ou implícito com uma "pessoa" chamada Sata. Uma simplificação como essa seria puramente teórica e totalmente removida das realidades da vida. (...)