Mario Umetsu: Em uma de suas lamentáveis páginas...
Em uma de suas lamentáveis páginas de "Demônio, exorcismo e oração de libertação em 40 questões" o demonófilo pe. Fortea afirma que a parapsicologia:
a) "é uma falsa ciência" e que "a comunidade científica é unânime na crítica negativa que faz de seus resultados";
b) deve ser substituída pela teologia integralmente, desde que "a teologia sempre soube explicar as causas dos fenômenos paranormais, apoiando-se especialmente na angelologia".
Apresento, em resposta que:
a) A parapsicologia, por muitas vezes dividindo espaço nos laboratórios comuns de psicologia e medicina, varia de nomenclatura frente a cada espécie de investigação e região, pode ser entendida como metapsíquica (França e Itália), parapsicologia (Alemanha, Suíça, Brasil, Argentina...) ou mesmo psicologia anomalística (termo de aceitação crescente, utilizado mesmo no laboratório da USP).
Cadeiras de parapsicologia estão estabelecidas em dezenas e dezenas de universidades em praticamente todos os países do mundo, a começar pela própria Pontíficia Gregoriana de Roma (será que o padre já ouviu falar dela?!), dirigida pelo prof. Andras Resch. Citando outras podemos enumerar:
1) O reconhecimento da Parapsychological Association como membro da American Association for the Advancement of Science, uma das mais proeminentes organizações científicas do mundo, consagrando seus métodos; entre os católicos, melhores parapsicólogos da história, contamos com pe. Réginald-Omez, pe. Herbert Thurston (historiador bolandista), pe. Carlos Heredia, Dr. Jean Lhermitte, pe. Joseph de Tonquedec e pe. Pedro Meseguer (profícuos teólogos tomistas), pe. Alois Gatterer, do laboratório de Astrofísica de Castelgandolfo e membro honorário da Pontificia Accademia delle Scienze;
2) Universidade de Utrecht, que conferiu doutorado na matéria para W. Tenhaeff, e este foi o primeiro professor universitário do mundo;
3) Institut für Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene - Freiburg, Alemanha; coordenado pelo dr. Hans Bender;
4) Universidade de Harvard, dirigida inicialmente pelo prof. Estabrooks. Atingiu grande progresso no estudo da telepatia;
5) Universidade de Oxford;
6) Universidade de Clark; por mcDougall, que depois transferiu-se para os EUA e fundou o laboratório de Duke, frequentado e dirigido posteriormente por J, Rhine;
7) Instituto do Cérebro Bechterev, bem como dezenas de institutos da Rússia, oriundos ou não da URSS: professores Durov, Lakhtin, Bechterev, Pavlov, Kazhinsky, Vasiliev, Gulyaev...
b) Se o padre estivesse certo que tudo o que é estranho ou paranormal deve ser interpretado pela angelologia, o conhecimento da microbiologia seria uma afronta à teologia e estaria condenada automaticamente, desde que os teólogos de época atribuíam quase que por unanimidade as doenças bacterianas aos demônios e aos feitiços. O mesmo ocorreu com a eletricidade atmosférica, com a sarna e o carbúnculo, todos estes que jamais foram tratados por qualquer exorcista e mesmo hoje não são tratados pelo pe. Fortea.
Se o famoso sacerdote atribui à ciência alguma importância de explicar as coisas, que nos conte quantas vezes ele (e qualquer outro exorcista) foi convocado pelas universidades para dirigir suas investigações científicas, desde que nem a Gregoriana de Roma jamais o fez e nunca o fará.
Concluo a resposta das néscias afirmações do livro supracitado com uma de outro, de maior valor espiritual e intelectual, o Manual de Teologia Moral segundo os princípios de S. Tomás de Aquino, de Dominicus Prümmer, p. 424:
"Uma regra certa, e por ninguém negada, pode ser esta: quando se tem uma dúvida razoável sobre se um determinado fato provém de causas naturais ou do demônio, deve atribuir-se a forças naturais... Um influxo demoníaco, atualmente parece que esteja muito impedido pela onipotência divina, e em nenhum caso se deve
pressupor quando não está evidentemente demonstrado".
Que os padres Fortea e Duarte Lara continuem a rezar por quem precisa e não mais jogando tantas almas no poço da doença e da loucura - pela qual eles nunca se responsabilizam - crendo em macumbas e exorcizando o Harry Potter.
a) "é uma falsa ciência" e que "a comunidade científica é unânime na crítica negativa que faz de seus resultados";
b) deve ser substituída pela teologia integralmente, desde que "a teologia sempre soube explicar as causas dos fenômenos paranormais, apoiando-se especialmente na angelologia".
Apresento, em resposta que:
a) A parapsicologia, por muitas vezes dividindo espaço nos laboratórios comuns de psicologia e medicina, varia de nomenclatura frente a cada espécie de investigação e região, pode ser entendida como metapsíquica (França e Itália), parapsicologia (Alemanha, Suíça, Brasil, Argentina...) ou mesmo psicologia anomalística (termo de aceitação crescente, utilizado mesmo no laboratório da USP).
Cadeiras de parapsicologia estão estabelecidas em dezenas e dezenas de universidades em praticamente todos os países do mundo, a começar pela própria Pontíficia Gregoriana de Roma (será que o padre já ouviu falar dela?!), dirigida pelo prof. Andras Resch. Citando outras podemos enumerar:
1) O reconhecimento da Parapsychological Association como membro da American Association for the Advancement of Science, uma das mais proeminentes organizações científicas do mundo, consagrando seus métodos; entre os católicos, melhores parapsicólogos da história, contamos com pe. Réginald-Omez, pe. Herbert Thurston (historiador bolandista), pe. Carlos Heredia, Dr. Jean Lhermitte, pe. Joseph de Tonquedec e pe. Pedro Meseguer (profícuos teólogos tomistas), pe. Alois Gatterer, do laboratório de Astrofísica de Castelgandolfo e membro honorário da Pontificia Accademia delle Scienze;
2) Universidade de Utrecht, que conferiu doutorado na matéria para W. Tenhaeff, e este foi o primeiro professor universitário do mundo;
3) Institut für Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene - Freiburg, Alemanha; coordenado pelo dr. Hans Bender;
4) Universidade de Harvard, dirigida inicialmente pelo prof. Estabrooks. Atingiu grande progresso no estudo da telepatia;
5) Universidade de Oxford;
6) Universidade de Clark; por mcDougall, que depois transferiu-se para os EUA e fundou o laboratório de Duke, frequentado e dirigido posteriormente por J, Rhine;
7) Instituto do Cérebro Bechterev, bem como dezenas de institutos da Rússia, oriundos ou não da URSS: professores Durov, Lakhtin, Bechterev, Pavlov, Kazhinsky, Vasiliev, Gulyaev...
b) Se o padre estivesse certo que tudo o que é estranho ou paranormal deve ser interpretado pela angelologia, o conhecimento da microbiologia seria uma afronta à teologia e estaria condenada automaticamente, desde que os teólogos de época atribuíam quase que por unanimidade as doenças bacterianas aos demônios e aos feitiços. O mesmo ocorreu com a eletricidade atmosférica, com a sarna e o carbúnculo, todos estes que jamais foram tratados por qualquer exorcista e mesmo hoje não são tratados pelo pe. Fortea.
Se o famoso sacerdote atribui à ciência alguma importância de explicar as coisas, que nos conte quantas vezes ele (e qualquer outro exorcista) foi convocado pelas universidades para dirigir suas investigações científicas, desde que nem a Gregoriana de Roma jamais o fez e nunca o fará.
Concluo a resposta das néscias afirmações do livro supracitado com uma de outro, de maior valor espiritual e intelectual, o Manual de Teologia Moral segundo os princípios de S. Tomás de Aquino, de Dominicus Prümmer, p. 424:
"Uma regra certa, e por ninguém negada, pode ser esta: quando se tem uma dúvida razoável sobre se um determinado fato provém de causas naturais ou do demônio, deve atribuir-se a forças naturais... Um influxo demoníaco, atualmente parece que esteja muito impedido pela onipotência divina, e em nenhum caso se deve
pressupor quando não está evidentemente demonstrado".
Que os padres Fortea e Duarte Lara continuem a rezar por quem precisa e não mais jogando tantas almas no poço da doença e da loucura - pela qual eles nunca se responsabilizam - crendo em macumbas e exorcizando o Harry Potter.
Mario Umetsu
..
..
.. 
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante. 💁♂️