08/11/2018

Bullying

Mario Umetsu:

Dos tempos de escola eu me recordo que bastava alguém um pouco carismático apelidar ou destratar alguém para que imediatamente um bando começasse a repetir a dose sobre o sujeito, normalmente tímido e indefeso. Como sempre fui brincalhão e um tanto despreocupado com opiniões, notava - não sem surpresa - que era imitado em qualquer bobagem que fizesse, inclusive tornando em inimigo público tal ou qual pessoa que eu particularmente não gostava.

Hoje em dia ainda vejo a mesma coisa: basta que alguém diga que discorde de mim, para que amigos e simpatizantes do que publico estourem uma bomba virtual em cima do sujeito, sem que eu nem fique sabendo. As pessoas crescem e não mudam.

Dei-me como simples e fugaz exemplo, pois qualquer treta que cai em domínio público nunca mais tem reparo. Parte dos grandes professores de internet são monstruosos incendiários de reputação, tomando a coisa em nível tão evidente e cruel que talvez por isso mesmo seus seguidores repliquem sem perceber. Creem fazer justiça, caridade ou filosofia enquanto nada são além de herdeiros de brigas injustas e fofocas terceirizadas.

Como está na moda o coaching de conduta moral ministrado por mestre que incentiva e tem orgasmos com linchamento, creio ser claro nestas linhas e peço a gentileza de que nunca me perguntem o que penso de alguém que brigou com não sei quem ou publicou não sei o que lá sobre a opinião de fulano, e muito menos tragam-me como assunto essas bobagens de grupos tradicionalistas leigos ou clericais. Não saberei de nada novo, não desejarei saber e do que sei de passado não direi jamais. Manutenção de ódio ou idiotice alheia faço às vezes, sozinho e somente de quem me enche o saco diretamente, e conhecendo a fraqueza geral das pessoas de hoje não consigo sequer manter rancor por mais de uma semana.

Por fim, repudio grupos por sua própria natureza, aderindo só de vez em quando a algo pontual que se mostre imprescindível. Acho uma bosta todas as organizações que se montam para estudar, porque raramente não prejudicam a fala de quem estuda e ainda não traz problemas a essa pessoa; porque a liderança e gerência de um grupo sempre fica nas mãos do mais idiota, já que tal atividade não faz o gosto do pesquisador nato e/ou este não percebe a promoção que faz dos imbecis que atrai. Fora tudo isso, impera o fato de que a carência de contato com gênios e líderes leva a maioria a endeusar qualquer pessoa que esteja um pouco acima delas, atribuindo qualquer movimento de astro celeste a seu mestre, e contraindo dele um sem número de cacoetes, vícios e defeitos de caráter.

► Como quase diz Gustave Le Bon, entre massas (geograficamente concentradas ou virtuais), instantaneamente somem os gênios, as virtudes e sobra toda a exibição de potência de insanidade e maldade que todos os seres humanos trazem em si.

Mario Umetsu


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