08/08/2019

Demonologia "pop"

Mario Umetsu: peritos



O problema não é só ler relatos de exorcista sem perícia e impressionar-se... o pior é que quase todo mundo que o faz já se considera um grandiosíssimo perito em demonologia, casuística, física.

Há certas coisas que jamais deveriam se popularizar, e outras se popularizam porque são ruins. Recordem-se do nascimento e da propagação das heresias do nestorianismo e do monofisismo, que só se deram pela extrema popularidade da teologia a um bando de semianalfabetos.

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Mario Umetsu - possuídos 
8 de agosto de 2019
Um treco que me assusta no "catolicato" brasileiro é o DESEJO, o GOSTO que as pessoas têm em saber ou especular sobre uma pessoa supostamente possuída por demônios.
A discussão não deveria e nem tem ares de teológica. Para cada caso dado, há um sem número de provas em contrário colaborando para a explicação natural, mas elas ficam furiosas em ter que lidar com isso, ainda que reconheçam que não sabem nada, nada, nada a respeito de quaisquer critérios religiosos ou clínicos. A graça é saber que tem alguém sofrendo com demônios e ninguém pode tirar tal ilusão sadicamente divertida de suas cabeças.
Há padres que são iguais, e temos uma lista inúmera deles. Existiram os que batiam nos possessos até a morte em busca de encontrar ou retirar aquele demônio que "certamente" estava ali. Todos esses, modernos ou antigos, agem de maneira clarissimamente contrária a regra canônica que aduz que toda prática em contrário da interpretação demonológica deve ser considerada e PREFERIDA. Sempre.
Os critérios de prova - sempre pessoais - dos exorcistas nunca são cotejados por seus leitores. Todos os interpretadores (e não intérpretes, porque quase todo caso narrado é ininterpretável pela extensa falta de dados) de livros de exorcistas reunidos não são capazes de ler um hemograma de rotina mas vivem de questionar a psiquiatria.

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