10/04/2019

Demonologia e sensacionalismo no meio Católico (1)


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O que ajuda a implodir a consciência dos católicos de hoje é uma perfeita falta de conhecimento acerca da história do pensamento demonológico com suas colossais presepadas e nenhuma consulta a respeito do que diz a Igreja oficialmente. Comem e ruminam livros sensacionalistas, escritos sem quaisquer escrúpulos e lidos sem nenhuma atenção e preparo técnico.

Objetam-nos que os padres/pregadores "conhecem profundamente a situação, os fenômenos, as doenças e estão plenamente habilitados a discernir uma patologia de um diabo". Não percebem, por exemplo, que todos os tais critérios saem da cabeça do próprio exorcista (e eles não concordam entre si em muito), e não são reconhece oficialmente a nada. Dos livros, há contradições a cada capítulo, além da falta de dados e das prováveis omissões e distorções que o exorcista faz sem se dar conta.

"Mas eles dizem que possessões reais são raríssimas, e que a maioria é doença" - Então por que nenhum deles, com toda esse arsenal de conhecimentos, essa erudição em medicina e psicologia, sabendo que a quase totalidade do sofrimento humano é clínica e cônscios de que os médicos modernos são maus clínicos e sem senso de cristianismo e caridade, não escrevem livros para todos, explicando detalhadamente o que NÃO É uma possessão real e aplacando e dirigindo as consciências, no lugar de publicarem best-sellers que arrastam milhões à paranoia?

Não trabalhem pela exceção! Não há ninguém trabalhando pela maioria. Sejam pastores pela maioria, tal como fora o exorcista D. Joseph de Tonquedec com seus manuais de doenças nervosas.
Mario Umetsu





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Li aqui que segundo os exorcistas de maior renome, entre as causas mais comuns de possessão estão:
A) Assistir Harry Potter
B) Recitar palavras mágicas, ainda que sem consciência
C) Ser vítima de macumba, comer comida sagrada aos demos ou receber objeto batizado por eles
D) Sentir inveja
E) Falar palavrões

Deduzo então que, salvo o item A, eu devo ser o Acapulco da Satanada, de quem cujas possessões raríssimas - segundo os próprios exorcistas - têm causas tão comuns e banais. Só não encontro quem explique como que solidificaram esses critérios os padres que assumem ao mesmo tempo que tudo isso causa possessões e há tão pouca gente possessa.
Mario Umetsu



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Influência 


Uma mescla de espiritismo e catolicismo já acontecia na Igreja mesmo entre o médio e alto clero na intenção de evocar e consultar espíritos dos mortos. Uns foram chutados da Igreja, outros não, mas essa influência italiana irradiou-se para o Brasil e bem provavelmente inspirava a crença do pe. Amorth na possibilidade de um humano morto possuir o corpo de um vivo, e por ele se confessar tardiamente e depois ir para o céu, sem nenhum estranhamento de sua parte - apesar de o famoso exorcista conceder uma nota afirmando que seu assentimento não se encaixava na teologia católica clássica.


Não sou quevediano na demonologia, mas uma de suas denúncias está mais do que certa: a demonofilia de muitos especialistas (ou nem tão especialistas assim) forçosamente arrasta o adepto ao espiritismo. Está confirmado em centenas de centenas de oportunidades. É só saber ler os livros, sem permitir-se impressionar com as narrativas fantásticas.

Mario Umetsu
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Goya - O Monge (1820)


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